Carregando...
  • Pesquisa aponta que 11% dos lares no país terão um assistente de voz até 2025

    Pesquisa aponta que 11% dos lares no país terão um assistente de voz até 2025

    - Danniel Plewa

    A pandemia levou famílias brasileiras a ampliar o uso de uma nova tecnologia bem particular: os alto-falantes inteligentes, ou "smart speakers", como são conhecidos em inglês. As assistentes virtuais acopladas às caixinhas de som passaram a cumprir funções básicas dentro de casa. Entreter com seleções de músicas, ligar e desligar as luzes, trancar portas, explicar como fazer pequenos consertos, além de avisar sobre as condições climáticas, informar as horas e ajudar a fazer a lista de compras. ​


    "O confinamento forçado fez com que as pessoas olhassem mais para casa, o que incentivou a adoção de novas tecnologias que ajudassem no dia a dia", diz José Muratori, diretor da Aureside (Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial).


    Segundo Muratori, também pesaram a favor do equipamento os recentes lançamentos. Há novas versões mais eficientes e sofisticadas e também mais baratas. É possível encontrar dispositivos à venda na internet a partir de R$ 199.

    Segundo uma pesquisa da consultoria alemã Statista, o mercado brasileiro de alto-falantes inteligentes e gadgets para automatizar a casa tem potencial para crescer 23% até 2025.


    Em 2020, cerca de 3% dos lares brasileiros contavam com algum dispositivo inteligente. Segundo a consultoria, nos próximos quatro anos, serão 11% das moradias conectadas a um aparelho. A projeção é que o comando de voz, nesses próximos anos, vai ampliar a sua participação especialmente em entretenimento, segurança, operação de eletrodomésticos e gestão de energia.


    Grandes empresas globais que atuam nesse mercado já captaram a tendência no país. As estrangeiras Alexa, da Amazon, e Google Nest chegaram ao Brasil falando português em 2019, mas quem despontou na categoria foi a Amazon, com oito modelos. A empresa conta com uma equipe brasileira para ir adaptando o dispositivo ao que chama de 'personalidade do brasileiro', como ter humor mais leve e saber quais são os assuntos com mais interesse no país.


    "A Alexa de 2019 não é a mesma de 2021, ela está em constante evolução", diz Marina Zveibil, gerente de comunicação para dispositivos Amazon & Alexa. No início de abril, o Google, lançou o Nest Audio, também de olho no interesse local por esse tipo de aparelho.

    "O nível de engajamento brasileiro é crescente, e percebemos isso pelo uso de assistente de celular", diz Vinicius Dib, líder de parcerias de Devices do Google Brasil.

    Empresas brasileiras também se posicionam nesse segmento


    A Intelbras, por exemplo, já produz o dispositivo de voz e equipamentos de segurança que podem ser integrados ao speaker. Sua linha inclui fechaduras, câmeras, lâmpadas e videoporteiro que podem ser controlados por voz.
    A empresa tem a meta de crescer mais ainda nesse segmento. Em fevereiro, fez seu IPO [oferta inicial de ações], movimentando R$ 1,3 bilhão. Parte dos recursos será destinada para o investimento em equipamentos voltados para a automação de casas. Um deles é um smart speaker integrado à Alexa.


    "Nosso diferencial é ter uma rede capilarizada: chegamos a atender 98% do território", diz Tiago Ribeiro, gerente de comunicação da Intelbras. "É alto o potencial para ampliar o uso de uma tecnologia que facilita a vida."

    A Positivo é outra empresa que entrou nesse mercado. Ela ficou conhecida pela popularização dos PCs e conseguiu bons resultados com computadores na pandemia. A Vaio, linha premium de notebooks da empresa, teve crescimento de 300% nas vendas no ano passado.


    Mas a Positivo agora quer virar referência em tecnologia doméstica. A empresa entende que existem "avenidas de crescimento", ou seja, novos nichos, além de computadores e smartphones, que vão puxar as vendas nos próximos anos. Uma dessas 'avenidas' é o que a empresa chama de casa inteligente. Em 2019, criou até uma área para cuidar de automação doméstica.


    Marcio Kanamaru, sócio-líder de tecnologia, mídia e telecomunicações da KPMG no Brasil, lembra que o diferencial das assistentes de voz é, justamente, o comando por voz. "Você não precisa de um celular, não precisa escrever ou chamar alguém para fazer, você apenas fala para a caixinha o que quer", diz.

    Kanamaru lembra que os assistentes estão sendo aperfeiçoados rapidamente para entenderem frases cada vez mais complexas, o que vai ampliar o leque de funções e serviços que podem ser oferecidos — e faz uma comparação. "Quando surgiram os primeiros smartphones com touch screen, todo o mundo achava que essa era uma tecnologia futurista, que ia dar errado e nem todos teriam acesso, mas estamos aqui usando todo dia, e até no notebook tem touch screen hoje."




    Fonte: Folha uol

Notícias Relacionadas